Divulgação
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Beleza: Livro conta com um belo registro fotográfico e também textos e informações sobre os caminhos percorridos |
Clarissa Coli
A Serra da Mantiqueira como você nunca viu. É o que promete o filme "Caminhos da Mantiqueira", uma produção com detalhes e particularidades da serra que se divide entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Produzido e dirigido por Galileu Garcia Júnior, o documentário será exibido hoje, às 19h30, no Centro Cultural Visconde de Mauá.
A pesquisa que originou o filme também rendeu material para o livro homônimo, que será lançado na mesma ocasião. Tanto o vídeo quanto a edição impressa fazem parte de uma mesma iniciativa, que nasceu pela lente de uma câmera fotográfica.
- Esse projeto começou há quatro anos, quando eu fotografava paisagens na região. Eu ia andando e, a cada dia, chegava mais longe. O que me chamou atenção foi que, eu partia de São Paulo, andava um pouco e estava em Minas, outra hora saía no Rio - lembra Galileu.
O diretor observa que, apesar de estar dividida entre os três estados, a montanha é uma só - assim como suas características e as de seu povo. Aí está o objetivo de se passar essas impressões em um vídeo.
- Procuramos mostrar que a identidade da serra, das pessoas e dos lugares é uma só, independentemente do estado em que está. É o que explica como uma cidade paulista, como Pindamonhangaba, tem mais a ver com Resende do que com Campinas, por exemplo. São as características da serra - analisa.
Foram esses diferentes recortes que deram ao filme o que o diretor define como um "formato mosaico", "Road Movie" - seguindo os caminhos percorridos pela produção, mostrando as estradas, o carro, o passeio. As filmagens foram feitas em julho de 2010, ao longo de 35 dias. A equipe, formada por 12 pessoas, passou por 30 municípios - aproximadamente 60 diferentes locações - entrevistando cem personagens e totalizando, ao fim, cinco mil quilômetros de caminhada pela Serra da Mantiqueira. Após as filmagens, veio o difícil trabalho da edição do filme - o que demandou mais um ano e um mês para ser concluído.
- Captamos 120 horas de material. Foi uma guerra transformar tudo isso em apenas uma hora e vinte minutos de documentário. Para isso, foi preciso muita dedicação e decisão, caso contrário, estaríamos até hoje tentando selecionar as imagens - revela Galileu.
"Caminhos da Mantiqueira" já teve pré-estreia em São Paulo e Campos de Jordão. No próximo mês, será exibido no Cine Odeon, no Rio, onde marca a abertura da 10ª edição do Festival Internacional de Cinema de Montanha. A passagem por Mauá e adjacências faz parte de uma espécie de circuito, cujo objetivo é exibir o filme em todos os municípios visitados durante as filmagens. O documentário já passou por Conservatória, encerrando o 5º CineMúsica, e também nas cidades mineiras de Aiuruoca e Gonçalves. Saindo de Visconde de Mauá - quando também vai passar por Maringá e Mirantão - o filme parte para as paulistas São Francisco Xavier e São Bento do Sapucaí.
- Estamos agendando passagens por outras localidades que fazem parte da serra, como Passa Quatro e Itamonte, e também a Serrinha do Alambari. Para a cidade de São Paulo, estamos negociando a exibição do documentário no circuito comum de cinema e alternativo, e posteriormente, na TV - adianta o diretor.
Histórias incríveis
Como já dito, o livro faz parte do mesmo projeto que deu origem ao documentário. Ele consiste numa coletânea de todo o material fotográfico reunido para a realização do filme. A produtora Mistura Fina se encarregou de trabalhar sobre o vídeo, enquanto a editora Empresa das Artes assumiu o livro - que em poucos dias estará nas maiores livrarias dos estados do Rio e São Paulo.
- São 200 páginas não só de um registro fotográfico, mas também de textos e informações sobre os caminhos percorridos, parques nacionais e estaduais e sobre os povos que vivem na serra - acrescenta Galileu Garcia Jr.
Para o diretor, um dos pontos altos - e curiosos - do filme e do livro é a questão das lendas da serra. Ele conta que, por lá, é comum as pessoas acreditarem em seres como Lobisomem, Mãe de Ouro e Corpo Seco.
- O Lobisomem é o campeão de aparições. São várias as pessoas que juram já ter visto o personagem lendário na serra. O povo fala que eles sumiram, depois da chegada da luz elétrica e outras intervenções do homem - conta.
Galileu espera que a exibição do filme desperte não só a curiosidade das pessoas, mas também a vontade de conhecer e ajudar a manter viva a Serra da Mantiqueira.
- É uma região extremamente importante do nosso país. Uma verdadeira fábrica de água e de ar para as cidades próximas. Espero que as pessoas contribuam com o nosso projeto e com a manutenção dele para que a gente aprenda a preservar a serra - conclui o diretor.
Serviço
O documentário ‘Caminhos da Mantiqueira' será exibido hoje, às 19h30, no Centro Cultural Visconde de Mauá. O livro e o DVD do filme serão vendidos no local. O Centro Cultural fica na Aldeia dos Imigrantes, na Vila de Mauá. Informações pelo telefone: (24) 3387-2137 ou pelo e-mail [mauá.centrocultural@gmail.com]. Amanhã, o filme será exibido às 10h, no Colégio Estadual Antônio Quirino, e sábado, dia 22, às 19h30, na quadra coberta do Mirantão. Informações sobre o projeto [www.caminhosdamantiqueira.com.br] ou ainda pelo perfil "Caminhos da Mantiqueira", no Facebook.
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