quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O empreendedor – Abdala Rezek Filho


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Bom dia a todos!

O texto de hoje traz um pouco da história de outro grande empreendedor brasileiro: Barão (e Visconde) de Mauá. Irineu Evangelista de Sousa, ou popularmente conhecido como Barão de Mauá, foi, como o conde Francisco Matarazzo (que vocês já conhecem), um dos grandes símbolos da industrialização do Brasil. É importante conhecermos as histórias desses pioneiros pois eles contribuíram muito para o desenvolvimento do nosso país. Além disso, podemos perceber algumas características desses empreendedores de sucesso e projetá-las em nós mesmos e na nossa trajetória empreendedora.

Nascido em Arroio Grande (RS) no ano de 1813, Irineu Evangelista de Sousa começou trabalhar desde cedo. Aos 9 anos de idade trabalhava como caixeiro (tinha facilidade com matemática e com a contabilidade do dinheiro) de um armazém no RJ, onde vivia com seu tio. Sua jornada começava as sete horas da manhã e terminava às dez da noite, Dois anos depois trabalhou com um renomado comerciante da cidade, com o qual ganhou sua confiança. Com 14 anos de idade, Irineu já assumia a complexa rede de negócios do seu patrão.

O negócio, corriqueiro no início do Império do Brasil (1822 – 1889), era a venda de escravos. Por volta de 1828, o “mercado” de escravos sofreu um revés e o seu patrão perdeu grande parte do que havia conquistado. Irineu conseguiu um novo emprego, graças a uma indicação de seu antigo patrão, na empresa Carruthers & Co, uma empresa cujo dono era um comerciante escocês chamado Richard Carruthers. Assim, Irineu, com sua persistência e força de vontade, aprendeu inglês e muito sobre contabilidade com seu novo patrão. Em pouco tempo, foi ganhando confiança de Carruthers e cresceu muito na empresa chegando praticamente a liderar o negócio. Também teve contato com a maçonaria, de onde aprendeu diversos valores cultivados pela mesma.

Irineu viajou para o país da Revolução Industrial, a Inglaterra, e lá vivenciou uma nação que estava se industrializando de uma maneira fascinante, ao seu olhar. Assistiu a inauguração da ferrovia em 1830, entre Liverpool e Manchester, e percebeu que os ingleses produziam fábricas com rapidez, mecanizando assim o desenvolvimento. Notou também que esse negócio motivava outros negócios (ferro e máquinas), sendo foco dos banqueiros ingleses que financiavam esses projetos. Percorreu inúmeras fábricas na Inglaterra antes de voltar ao Brasil.

Voltou com os ideais de desenvolvimento, industrialização e modernidade, aspectos inexistentes no Brasil nessa época. Em 1846, adquiriu o estabelecimento de fundição e estaleiros da Ponta de Areia em Niterói (RJ). Administrou de forma impecável, com a experiência adquirida em sua viagem e a bagagem de gestão que carregava consigo. Expandiu seu negócio e começou a atuar com engenhos de açúcar, construções de pontes de ferro, fornos siderúrgico e bombas de sucção. Notando que o Brasil estava no caminho da industrialização, abriu um banco para o financiamento de fábricas que certamente surgiriam. Envolveu-se em questões políticas, como a guerra entre Uruguai e Argentina e a exploração do rio Amazonas, ganhando cada vez mais destaque nacional.

Inaugurou a Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis e recebeu o título de Nobreza Barão de Mauá por sua presteza ao país. Depois disso fez diversas aquisições, passou por inúmeros negócios, fundou outros bancos, e passou por muitos apertos na sua trajetória.

De acordo com Schumpeter, “o empreendedor é o agente do processo de destruição criativa. É o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, constantemente criando novos produtos, novos mercados e, implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros”. E é assim que o Barão de Mauá agiu. Com muita visão de futuro, habilidade gerencial e influência de uma Inglaterra que se desenvolvia rapidamente, trouxe esses ideais para o nosso país e contribuiu muito para o desenvolvimento da economia brasileira.

Boa semana a todos! Saudações!


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